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Alimentação sobe quase o dobro da inflação até junho

Written By BLOG DO WOLNEY ERICK on sábado, 6 de julho de 2013 | 08:14

São Paulo (AE) - Com peso bastante relevante em todos os índices de inflação ao consumidor, o grupo Alimentação mostrou um comportamento que assustou a população brasileira no primeiro semestre de 2013. A despeito de ter apresentado desaceleração importante em junho em três importantes indicadores do País, a classe de despesa encerrou a primeira metade do ano com variação próxima do dobro da inflação média apurada no período. A boa notícia, de acordo com alguns especialistas, é que o segundo semestre tende a ser melhor para os preços dos alimentos, seja pela sazonalidade favorável ou pela safra de alguns itens.
Júnior SantosA batata roubou do tomate o posto de vilão, com uma elevação acumulada de 67,84% este anoA batata roubou do tomate o posto de vilão, com uma elevação acumulada de 67,84% este ano

Entre janeiro e junho, no principal indicador de inflação, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o grupo Alimentação acumulou elevação de 6,02% contra uma taxa geral de 3,15%. Situação parecida foi observada no Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), apurado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), com taxa de 3,29% contra variação positiva de 6,29% dos alimentos. No Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a inflação acumulada foi de 1,89%, enquanto o grupo Alimentação avançou 3,12%.

Clima

A principal explicação para esse comportamento dos alimentos foi o clima chuvoso dos primeiros meses de 2013 que atrapalhou especialmente a oferta dos chamados itens “in natura”. Caso clássico do ano e capaz de gerar piadas e mobilização nas redes sociais, o tomate subiu 43,80% no IPCA do primeiro semestre; 42,91% no IPC-S; e 50,33% no IPC-Fipe. A batata, no entanto, conseguiu tomar o posto de vilão do ano e subiu muito mais. No IPCA, acumulou elevação de 67,84%. No IPC-S e no IPC-Fipe, subiu 72,80% e 53,66%, respectivamente. A cebola também superou o tomate, com aumento acumulado de 58,88% no IPCA, 62,94% no IPC-S e 48,99% no IPC-Fipe.

O coordenador do IPC-S, Paulo Picchetti, alertou, no entanto, que a causa da alta dos preços dos alimentos na primeira metade de 2013 não pode se restringir apenas ao clima. Reforçou que a “inadequabilidade” da oferta também tem encarecido os preços dos alimentos. “Não há um aumento de oferta compatível com o poder aquisitivo do consumidor nos últimos anos”, disse.

Além disso, diversos economistas ressaltam o encarecimento do frete, que também gera impactos nos preços. E está diretamente ligado ao movimento de alta nos últimos anos dos preços dos Serviços, outro integrante importante da inflação que sofreu influência direta do aumento da demanda, em sintonia com a recuperação mais forte de renda da população desde o governo Lula.

Outros itens do grupo Alimentação tiveram forte alta no primeiro semestre, como as frutas, que subiram 13,37% - a banana, por exemplo, avançou 38% -, os laticínios (10,44%) e o grupo ‘arroz e feijão’ (10,39%), advertiu Picchetti. Em contrapartida, as carnes bovinas ajudaram a aliviar a inflação, com variação negativa de 3,31%. 

Para o segundo semestre, o cenário parece ser um pouco mais favorável, dizem especialistas. “É sempre arriscado apostar no comportamento dos alimentos, mas o segundo semestre tende ser melhor para os preços do grupo do que o primeiro”, comentou o coordenador do IPC-Fipe, Rafael Costa Lima. Ele lembrou que a probabilidade de menos chuvas no período pode impedir grandes pressões sobre os preços dos alimentos. E citou ainda o preço do feijão, que deve sofrer bom alívio, depois da recente redução no imposto de importação do produto determinada pelo governo federal.

Por outro lado, o avanço do dólar é ameaça às expectativas positivas. Com a escalada da moeda norte-americana acima da marca de R$ 2,20, o temor atual é que as commodities agrícolas sejam prejudicadas e o repasse cambial chegue ao consumidor nos próximos meses. 

Fonte: Tribuna do Norte
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