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Alimentos: Os vilões da inflação

Written By BLOG DO WOLNEY ERICK on domingo, 14 de julho de 2013 | 12:14

A inflação, que significa o aumento dos níveis de preços, tem pesado no bolso do brasileiro e os potiguares não escaparam ilesos, principalmente na hora de ir ao supermercado ou de comer em bares e restaurantes. Dados do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do RN (Idema/RN) mostram que a inflação dos alimentos foi quase três vezes maior que a média geral na capital potiguar.  Enquanto o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) foi de 3,23%, o IPC de alimentos foi de 9,83%. O índice foi registrado no primeiro semestre do ano, em relação ao mesmo período de 2012, e foi sentido por consumidores como a artesã Sônia Maria de Sousa, que compromete quase 50% da renda da família com alimentos e bebidas. “O peso é muito grande. Por isso que quando o preço sobe, deixo de comprar um monte de coisas. O primeiro item que reduzo é a carne”, relata Sônia. Restaurantes também amargaram o peso do encarecimento e sentiram o impacto disso na receita. Para o segundo semestre, assim como no âmbito nacional, a perspectiva no RN é, porém, de que desaceleração nos preços. Nesta reportagem, a TRIBUNA DO NORTE explica os motivos. 

Alimentos catapultam inflação no RN

Andrielle Mendes - Repórter

A inflação tem corroído os rendimentos e mudado os hábitos de consumo dos natalenses. A doméstica Maria Cícera Santos de Freitas, 49, que gasta quase 10% do salário com transporte público, por exemplo, abriu mão do lazer.
Edu BarbozaMaria Cícera Santos de Freitas: gastos com transporte pesamMaria Cícera Santos de Freitas: gastos com transporte pesam

A artesã Sônia Maria de Sousa, 43, cortou alguns itens da lista de compras. E o casal Leandro José Bezerra Santos, 27, e Elina Maria Pereira da Silva, 26, que trabalha no comércio, passou a almoçar fora apenas nos feriados e finais de semana. “Trazemos o almoço de casa na maioria das vezes, porque o custo está muito alto”, explica Leandro. Com a alta no preço de produtos e serviços como alimentos, despesas pessoais, e transporte público, no último ano, Maria, Sônia, Leandro e Elina tiveram que colocar os gastos na ponta do lápis e ‘apertar os cintos’ para reequilibrar as finanças. A razão é simples. 
Edu BarbozaSônia Maria de Sousa: lista de compras ficou mais restritaSônia Maria de Sousa: lista de compras ficou mais restrita

Nos últimos 12 meses, a inflação em Natal chegou a 6,63%, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), elaborado pela Coordenadoria de Assuntos Socioeconômicos do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do RN – um pouco abaixo dos  6,7% registrados no mesmo período no Brasil, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado no último dia 6 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A refeição – dentro e fora de casa – é apontada como grande vilã, em Natal. Foi o aumento no preço da alimentação, segundo Aldemir Freire, economista e chefe do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística no Rio Grande do Norte (IBGE/RN), que transformou a inflação na capital potiguar em ‘uma inflação de alimentos’. No primeiro semestre do ano o IPC da capital potiguar foi de 3,23%. O IPC de alimentos foi de 9,83% - três vezes maior. A inflação geral registrada em Natal em junho de 2013 foi a maior para o período em cinco anos. E o IPC da alimentação o maior, em proporção, desde 2009.

Preço

É justamente o preço dos alimentos que pesa no bolso da artesã Sônia Maria de Sousa. Ela e o marido, também artesão, recebem cerca de R$ 1,2 mil por mês. Deste total, 50% é comprometido só com as compras no supermercado. “O peso é muito grande. Por isso que quando o preço sobe, deixo de comprar um monte de coisas. O primeiro item que reduzo é a carne”, relata Sônia.
O comportamento da artesã é comum aos demais consumidores, explica Eugênio Medeiros, economista, supermercadista e membro da direção da Associação dos Supermercados do RN (Assurn). “Quanto maior o preço – e a inflação – menor o poder de compra do consumidor”, acrescenta Janduir Nóbrega, coordenador do curso de Gestão Financeira da Universidade Potiguar. Ele aponta, entre as principais razões para o avanço da inflação, a queda na oferta de determinados produtos.

Apesar do cenário, Aldemir Freire, do IBGE,  acredita que o preço dos alimentos se estabilizará nos próximos meses – a projeção é de safra recorde no país em 2013 - e que a inflação em Natal voltará a cair neste segundo semestre, fechando o ano abaixo dos 6%. João Maria, da Coordenadoria de Assuntos Socioeconômicos do Idema, também aposta numa inflação entre 5,5% a 6,5% em Natal no final do ano. O mesmo deverá ocorrer no Brasil, reitera Aldemir Freire. “Há um esforço do governo federal para controlar a inflação”, observa Janduir Nóbrega. 



Edu Barboza
Sônia Maria de Sousa: lista de compras ficou mais restritaSônia Maria de Sousa: lista de compras ficou mais restrita

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