Militantes ligados à Al-Qaeda mataram nesta quinta-feira (11) um comandante rebelde no noroeste da Síria, informaram um grupo ativista e uma porta-voz da oposição nesta sexta-feira (12), em um sinal das crescentes tensões e disputas internas entre os grupos que lutam para derrubar o regime de Bashar al-Assad.
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O ataque ocorreu enquanto vários morteiros atingiram o bairro de Amara na capital Damasco, deixando ao menos seis mortos e dezenas de feridos, segundo a agência de notícias estatal Sana. Damasco tem sido um alvo frequente de morteiros nos últimos meses, ataques que deixaram vários mortos ou feridos.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos disse que membros do Estado Islâmico no Iraque e no Levante - um grupo que emergiu das franquias da Al-Qaeda no Iraque e na Síria - estavam por trás dos disparos contra o comandande do Exército Sírio Livre, Kamal Hamami.
Segundo o Observatório, homens armados atacaram Hamami na noite de quinta-feira depois que militantes tentavam remover um posto de controle que ele havia estabelecido na montanha de Jabal al-Akrad, na província portuária de Latakia. A rede ativista informou que dois homens de Hamami ficaram gravemente feridos.
Sarah Karkour, uma porta-voz da Coalizão Nacional Síria, disse que o Exército Sírio Livre havia confirmado a morte de Hamami por "mãos do Estado Islâmico no Iraque e no Levante". Ela não deu detalhes sobre o caso.
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A coalizão apoiada pelo ocidente é um braço político do Exército Sírio Livre, grupo rebelde.
Ativistas no passado já haviam registrado confrontos entre confrontos ocasionais entre grupos rebeldes e militantes islâmicos ativos em regiões rebeldes, especialmente no norte onde a oposição possui controle de grande parte do território.
Há também lutas internas entre curdos e grupos árabes pelo controle do território capturado do governo ao longo da fronteira com a Turquia no ano passado. A luta teve fim após um acordo de cessar-fogo no começo do ano. A morte de Hamami destaca o aprofundamento das lutas de poder entre moderados e extremistas que lutam na guerra civil síria.
Mais de 93 mil foram mortos desde que o conflito na Síria começou em março de 2011, com grandes protestos pacíficos contra o governo Assad que escalonaram par uma guerra civil em resposta à brutal repressão do governo. No último ano, o conflito ganhou um caráter sectário, com a maioria dos rebeldes sunitas lutando contra as forças do governo, apoiadas por combatentes do grupo militante xiita libanês Hezbollah.
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