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Agripino diz que pedaladas fiscais e delações podem levar a impeachment de Dilma

Written By BLOG DO WOLNEY ERICK on quinta-feira, 2 de julho de 2015 | 10:04

Senador potiguar diz que PT sairá extremamente diminuído das eleições municipais.

Diógenes Dantas
Mariana Di Pietro
José Agripino disse que segmentos do PMDB buscam o diálogo com outros partidos para sair da crise.
O senador José Agripino Maia, presidente nacional do Democratas, acredita que as 'pedaladas fiscais' em julgamento pelo TCU (Tribunal de Contas da União) e as novas delações da Lava Jato podem levar ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. Mas admite que ainda não há provas incontestáveis. 
"A prova 'provada' não existe ainda", em entrevista exclusiva ao portal nominuto.com. "Nós não temos governo. O país está sem liderança".
Agripino considera que os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Edinho Silva (Secretaria de Comunicação) colocaram Dilma no centro da crise. 
"O Edinho é acusado de extorsão na corrupção da Petrobras. Quem é que pode atender aquilo que ele estava insinuando? A presidente da República", disse.
JA_gabIndagado sobre as doações ao senador tucano Aloysio Nunes, seu aliado, José Agripino apresentou outro ponto de vista: "Qual é a força que Aloysio Nunes [senador do PSDB citado na delação do empreiteiro da UTC] teria no governo para pedir alguma coisa a Ricardo Pessoa e favorecê-lo na Petrobras. Aloysio é um senador de oposição, não tinha como oferecer nada, diferentemente da situação dos ministros de Dilma".
Agripino disse que segmentos do PMDB buscam o diálogo com outros partidos para sair da crise.
Segundo ele, o Partido dos Trabalhadores não tem mais o prestígio político de outro, e será bastante afetado pela crise nas eleições municipais. "A fonte secou. O PT, que durante 12 anos reinou no Brasil, vai sair das eleições municipais extremamente diminuído".
A seguir, trechos da entrevista com o senador José Agripino Maia, gravada em Brasília:
Diógenes Dantas - Qual a avaliação que o senhor faz da crise neste momento?
José Agripino Maia - Muita gente neste país vê com quase desespero que ainda faltam 3 anos e meio de governo Dilma. Nós não temos governo. O país está sem liderança. Nem tem liderança na economia, porque Dilma passou para Levy, e nem na parte política porque ela terceirizou com Michel Temer e com Lula. O governo caiu num vazio. Apesar do ajuste, os investidores não acreditam no governo. Vejo tudo isso de forma "preocupantíssima". Vejo o país entregue à própria sorte.
DD - Depois da delação do empreiteiro Ricardo Pessoa [dono da UTC e considerado chefe do clube das construtoras na corrupção da Petrobras] a oposição vai retomar a ideia do impeachment?
JA - Não é que vamos retomar a ideia do impeachment. O processo pressupõe que você tenha prova 'provada', elemento jurídico incontestável. A prova 'provada' não existe ainda. O TCU [Tribunal de Contas da União] analisa as pedaladas fiscais. Na minha opinião, a presidente Dilma não tem como justificar o descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. Isso poderá levar ao impeachment, mas terá de ser julgado pelo TCU. Outra coisa é a delação do Ricardo Pessoa. Aí você tem coisas muito sérias que precisam ser provadas. Delação não significa comprovação. Agora, ela [delação] foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal. O ministro Teori Zavascki encontrou consistência nas acusações. Vale dizer que dois ministros de Dilma precisam se explicar: Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Edinho Silva (Secom), ambos acusados e com gabinetes no Palácio do Planalto. O Edinho é acusado de extorsão na corrupção da Petrobras. Quem é que pode atender aquilo que ele estava insinuando? A presidente da República. Se isso ficar provado pode gerar uma prova pesadíssima contra a presidente num eventual processo de impeachment.
JA_entrevista_370DD - O delator Ricardo Pessoa fez doações a aliados seus. Por que a tese da doação legal só vale para a oposição?
JA - Não é que só valha para a oposição. Qual é a força que Aloysio Nunes [senador do PSDB citado na delação do empreiteiro da UTC] teria no governo para pedir alguma coisa a Ricardo Pessoa e favorecê-lo na Petrobras. Aloysio é um senador de oposição, não tinha como oferecer nada, diferentemente da situação dos ministros de Dilma.
DD - Mas Aloysio Nunes poderia ser uma perspectiva de poder se Aécio Neves tivesse sido eleito.
JA - Aloysio Nunes era candidato a senador. Nessa condição ela não tem como mexer em contrato de Petrobras. Quem mexe nisso é o Executivo, ministro de Estado e presidente da República.
DD - Mas ele poderia influenciar num eventual governo tucano.
JA - Isso é muito subjetivo. É forçar uma situação para imputar culpa em alguém da oposição. A meu ver, trata-se de uma acusação extremamente frágil.
DD - A presidente Dilma disse que não dá crédito a delator. Chegou a comparar Ricardo Pessoa a Silvério dos Reis, traidor da Inconfidência Mineira. O que achou?
JA - Dilma agiu de forma escapista, se vitimizando. Antes de tudo, ela não deveria ter sancionado a lei que regulamenta a delação premiada. Ela está misturando alhos com bugalhos.
DD - Há luz no fim do túnel?
JA - A necessidade de um entendimento da classe política num dado momento vai se impor. Os partidos de oposição e os moderados de expressão nacional deverão encontrar uma saída. Não será a primeira vez. Isso já aconteceu com Jango lá atrás e resultou num regime parlamentarista - não estou dizendo que isso será a solução. Mas poderá ser discutido. Eu tenho informações que segmentos do PMDB estão procurando o diálogo. A crise que nós estamos vivendo é econômica, política e ética.
DD -  A crise atual vai contaminar o pleito no ano que vem?
JA - Se há um partido que está perdendo substância com a crise é o Partido dos Trabalhadores. Por ideologia e pela prática do fisiologismo, o PT já teve muito prestígio. Agora nem a ideologia e os favores dão prestígio ao partido, porque a fonte secou. O PT está fadado a ter grandes perdas nas eleições de 2016. O PT, que durante 12 anos reinou no Brasil, vai sair das eleições municipais  extremamente diminuído.

Ouça a entrevista:
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