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HUB da TAM em Natal: Um questão decidida? Não! Leia o artigo

Written By BLOG DO WOLNEY ERICK on sexta-feira, 3 de julho de 2015 | 11:52


O Rio Grande do Norte esteve recebendo uma visita de representantes da TAM para dar continuidade ao processo de escolha de seu hub no nordeste brasileiro, do qual três capitais estão concorrendo, Natal, Fortaleza e Recife. Como escrevi no artigo anterior, o estado escolhido será muito beneficiado pela geração de renda e de empregos decorrentes dos negócios e das contratações feitas pelos operadores de serviços logísticos.

Quando as empresas vão escolher um local para construir suas sedes, levam em consideração dois aspectos principais: a distância em relação às matérias-primas e aos seus mercados consumidores. Mas, no caso de um hub de passageiros e cargas isso é diferente, pois os hubs são pontos de conexão de passageiros e cargas que estão no meio do caminho entre as empresas e os seus mercados.
No entorno de um hub geralmente não se instalam empresas, mas sim operadores de serviços logísticos que irão manusear a carga proveniente de diversos continentes do Mundo e que será redistribuída para os diversos destinos a que o hub atende, no nosso caso toda a América do Sul. A esse serviço se dá o nome de Cross-Docking.
No ano 2000, visitei o HUB da Delta Airlines na cidade de Atlanta, onde no entorno do Aeroporto estão localizadas diversas empresas de logística, dentre elas: Fedex, DHL, UPS, Pilot Freight Services, Kuehne & Nagel e J.B. Hunt Transport Services, todas elas entre os 100 maiores operadores logísticos mundiais. Outro detalhe importante é que o aeroporto de Atlanta conta com 5 pistas de pouso, a maior delas com 3.700m de extensão e 60m de largura.
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Aeroporto Internacional de Atlanta e Área Empresarial Adjacente.
Considerando esse aspecto, da necessidade de espaço para a instalação dos operadores logísticos, vamos analisar as três cidades na disputa comparando-a com a cidade de Atlanta, capital do estado americano da Geórgia, onde está instalado o hub da companhia Delta, empresa pioneira na utilização da estratégia de hub, em 1955.
As cidades de Fortaleza e Recife não terão área disponível no médio e longo prazo para se tornarem grandes hubs de carga, pois os dois aeroportos estão encravados na área urbana, rodeado por áreas residenciais. Na ilustração acima, vemos que o hub de Atlanta está rodeado de centros de distribuição de cargas e instalações de apoio. Nas fotos apresentadas a seguir é possível perceber as limitações físicas dos aeroportos de Recife e de Fortaleza para ser um grande hub no futuro.
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Aeroporto Internacional de Recife e Área Urbana Adjacente.
Os operadores de serviços logísticos realizarão toda a atividade de armazenagem e de apoio aos clientes de diversas partes do mundo, para isso necessitam ficar próximos da zona aeroportuária porque realizarão também o embarque das mercadorias para os seus destinos finais.
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Aeroporto Internacional de Fortaleza e Área Urbana Adjacente.
Vejamos agora o caso de Natal. O sitio aeroportuário de São Gonçalo do Amarante tem diversas vantagens em relação aos outros concorrentes:
  1. a) Possui um sítio aeroportuário de 1.500 hectares, com capacidade imediata de abrigar todas as operações necessárias a um hub, principalmente operadores logísticos;
  2. b) O grande diferencial do sítio aeroportuário de Natal é a possibilidade de se construir uma segunda pista, tão boa quanto a pista atual de 3.000m x 60m, garantindo a possibilidade de crescimento do HUB no longo prazo;
  3. c) Tem uma imensa área de expansão industrial em seu entorno, regulamentada pelo Plano Diretor Municipal de São Gonçalo do Amarante, onde os operadores de serviços logísticos terão possibilidade de se instalar;
  4. d) A Refinaria Clara Camarão produz querosene de aviação QAV no estado do Rio Grande do Norte e terá sempre disponibilidade de atender o hub, na medida em que também for se expandindo;
  5. e) A operação privada do aeroporto pela Inframérica, em mais de 50 aeroportos pelo mundo e com importante presença na América do Sul, com maior flexibilidade nas negociações do que na gestão pública.
Finalmente, acredito que a TAM já se decidiu por Natal, busca agora somente tornar a instalação mais vantajosa e segura, considerando as condições técnicas e de infraestrutura aeroportuária de São Gonçalo do Amarante, e as grandes dificuldades de Recife e Fortaleza em sediar um HUB sustentável no médio e longo prazo.
A primeira companhia aérea que se instalar em São Gonçalo do Amarante, o utilizando como hub, ocupará os melhores espaços e terá vantagens por ser a pioneira, Gol, Azul e Avianca que abram os olhos.
(*) Carlos Alberto F. Medeiros é Doutor em Administração pela FEA/USP, Coordenador do Curso de Administração da UFRN e professor da disciplina de Logística Empresarial.
hub 4
Aeroporto Internacional de Natal e Área de Expansão Adjacente.
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