Evidências garantiram no Supremo Tribunal Federal a prisão do senador Delcídio Amaral.
Com agências
A gravação da conversa com o senador Delcídio Amaral (PT-MS), feita por Bernardo, filho de Nestor Cerveró (ex-dirigente da Petrobras), foi acertada com o Ministério Público Federal (MPF). Bernardo entrou em contato com os procuradores assim que recebeu do parlamentar oferta para facilitar a fuga do ex-diretor da estatal petroleira, que está preso em Curitiba desde o início do ano.
Os procuradores que atuam em Curitiba procuraram então a chefia, na Procuradoria-Geral da República (PGR, em Brasília), que autorizou a gravação a ser feita por Bernardo. Bernardo então aceitou se encontrar com Delcídio, já com um gravador e acompanhamento da Polícia Federal (PF).
O senador estava acompanhado do advogado de Nestor Cerveró, Edson Ribeiro. No encontro foi mencionado que o banqueiro André Esteves estaria a par das negociações, já que ele é parte interessada por ser ligado à Sete Brasil - empresa que explora petróleo no pré-sal e que, por isso, negociava com Nestor Cerveró quando ele coordenava a Diretoria Internacional da Petrobras.
O banqueiro teria oferecido R$ 4 milhões a Cerveró, para ele não delatar esquemas de corrupção na Sete Brasil. Já Delcídio Amaral teria oferecido R$ 50 mil mensais ao filho de Cerveró. Esteves, Delcídio e o advogado foram presos esta manhã.
A gravação mostra que Delcídio teria oferecido uma rota de fuga para Cerveró. A escapada aconteceria assim que o Supremo Tribunal Federal (STF) concedesse habeas corpus ao ex-diretor da Petrobras. O habeas estava sendo tentado pelo advogado Edson Ribeiro.
A gravação foi feita já com conhecimento do MPF, confirma um procurador envolvido nas negociações. Qual o interesse do filho de Cerveró em fazer a gravação? Mostrar fidelidade do pai à colaboração premiada que negocia com os procuradores da República. Nas primeiras conversas, Nestor Cerveró declarou que as negociações da Diretoria Internacional da Petrobras passavam por Delcídio Amaral.
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