Em entrevista exclusiva ao jornalista Diógenes Dantas, o senador faz uma avaliação da crise política depois das manifestações de domingo.
FD/Política
O senador José Agripino disse que nomeação de Lula como ministro representa a renúncia da presidente Dilma.
O senador do DEM, José Agripino Maia, concedeu entrevista exclusiva ao jornalista Diógenes Dantas em Brasília e fez uma avaliação da crise política depois das manifestações históricas do último domingo (13) e comenta sobre a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ministro-chefe da Casa Civil. Para o parlamentar, a ida de Lula para o ministério significa a renúncia de Dilma.
“A manifestação do último domingo foi movida pela intenção de troca de governo. A população está indignada com a corrupção, desemprego e alta da inflação e a motivação individual das pessoas é protestar para pedir mudanças. O que vimos nas ruas foram bonecos de Lula e Dilma que juntos demonstram o desgaste do Governo do PT. A percepção natural é que se Lula aceitar assumir um ministério, Dilma renuncia ao governo e passa ser rainha da Inglaterra”, disse José Agripino Maia.
Os líderes dos partidos de oposição na Câmara dos Deputados entraram com ação popular, com pedido de medida liminar, na Justiça Federal nas 27 unidades da federação para tentar impedir a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o ministério no governo Dilma Rousseff.
A oposição alega que a escolha é uma maneira de blindar o ex-presidente do juiz Sérgio Moro, uma vez que Lula terá foro privilegiado. A ação foi protocolada eletronicamente hoje (15) de Brasília para todos os 26 estados e o Distrito Federal.
Ainda sobre as manifestações, o senador destacou a uniformidade do movimento, sendo uma das maiores mobilizações da sociedade nos últimos anos. “A população está depositando a esperança de ressurreição do país no juiz federal em Sérgio Moro. Agora o Congresso precisa fazer sua parte”.
Sobre a delação do senador Delcídio do Amaral, José Agripino disse que Delcídio está contando os fatos que presenciou no poder, por ser ex-líder da presidente e conhecer a intimidade do Governo Dilma. “Delcídio precisa agora apresentar provas daquilo que está denunciando e se a delação for comprovada significa definitivamente o fim do governo Dilma”, falou Agripino Maia.
O senador democrata destacou que Delcídio foi preso em função de uma gravação exibida em que mostrava claramente que ele estaria tentando fazer com que o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró se evadisse do Brasil. “A mesma coisa é exibida em relação ao ministro da Educação, Aloizio Mercadante, onde ele sugere ajuda financeira para que Delcidio não faça a delação. Mercadante é ligado à Dilma, apesar dele negar as afirmações de Delcídio, na hora em que você tem a sua voz gravada e diálogos estabelecidos, é muito difícil a desculpa prevalecer”, ponderou Agripino.
Para finalizar, o senador potiguar falou sobre o impeachment. Ele espera que em 30 dias haja uma votação na Câmara dos Deputados.“O relatório apresentado pela Comissão de impeachment precisa de 342 votos contra ou favor. Se esse relatório recomendar o impeachment segue para o senado. Se conseguir aprovar na Câmara, não tenho dúvidas que será aprovado pelo senado”, finalizou José Agripino Maia.
Ouça a entrevista completa:
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