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Rio Grande do Norte teve redução de 430 leitos de UTIs em 5 anos

Written By BLOG DO WOLNEY ERICK on quarta-feira, 18 de maio de 2016 | 18:04

Levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina apontou 299 perdas de leitos pediátricos.

Conselho Federal de Medicina
Elpídio Júnior/Arquivo/Nominuto
Segundo os dados do CFM, o RN contava com 6.531 leitos em 2010 e em 2015 foram contabilizados 6.101, o que mostra uma redução de 430 leitos.
Um levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) apontou uma redução de 430 leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) no Rio Grande do Norte em 5 anos. De acordo com o levantamento, deste total, 299 perdas se concentraram na pediatria. Em entrevista ao jornal 96 e ao portal Nominuto.com no último dia 29 de abril, o médico Madson Vidal lamentou o grave problema de assistência às crianças.
“As crianças do nosso Estado estão morrendo por falta de leitos de UTIs pediátricas. Hoje quem tiver um filho, sobrinho ou neto que precise de uma UTI pediátrica não irá encontrar assistência. Pode ser o homem mais rico do Rio Grande do Norte, ou até o filho do próprio governador, mas se tiver uma criança dependendo de leito pediátrico terá que leva-la para fora do RN”, disse o médico.
LeitosSegundo os dados do CFM, o Rio Grande do Norte contava com6.531 leitos em 2010 e em 2015 foram contabilizados 6.101, o que mostra uma redução de 430 leitos. Na especialidade pediátrica, a queda também foi grande. O Estado tinha 1.215 leitos em 2010, mas o número caiu para 916 no ano passado. A pesquisa do Conselho Federal de Medicina mostra que na maioria dos estados, o número de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) também teve redução.  
Em números absolutos, os estados das regiões Sudeste e Nordeste foram os que mais sofreram redução no período. Só no Rio de Janeiro, por exemplo, pouco mais de sete mil leitos foram desativados desde 2010. Na sequência, aparece Minas Gerais (-3.241 leitos) e São Paulo (-2.908). No Nordeste, a Bahia sofreu o maior corte (-2.126). Entre as capitais, foram os fluminenses os que mais perderam leitos na rede pública (-2.503), seguidos pelos fortalezenses (-854) e brasilienses (-807).
Na outra ponta, apenas oito estados apresentaram números positivos no cálculo final de leitos SUS ativados e desativados nos últimos cinco anos: Rio Grande do Sul (806), Mato Grosso (397), Rondônia (336), Santa Catarina (121), Espírito Santo (115), Amapá (87), Mato Grosso do Sul (56) e Tocantins (15). Nas capitais, 12 delas conseguiram elevar a taxa de leitos, o que sugere que o grande impacto de queda tenha recaído sobre as demais cidades metropolitanas ou interioranas dos estados.
LeitopediatricoEnquanto os 150 milhões de brasileiros que dependem exclusivamente do SUS perderam quase 24 mil leitos desde 2010, o quantitativo na rede suplementar e nas unidades privadas aumentou em 2,2 mil o número de leitos no mesmo período. Ao todo, 17 estados elevaram o montante na rede “não SUS” até dezembro de 2015. Apenas Rio de Janeiro e Ceará sofreram decréscimos significativos, da ordem de 1.751 e 1.042 leitos a menos, respectivamente.
Para o presidente do CFM, Carlos Vital, o levantamento mostra, em números, a falta de leitos vivida diariamente por médicos e pacientes nos hospitais brasileiros, o que acaba provocando atrasos no diagnóstico e no início do tratamento, aumentando a taxa de mortalidade. “A insuficiência de leitos para internação ou realização de cirurgias é um dos fatores para o aumento do tempo de permanência nas emergências. São doentes que acabam ‘internados’ nas emergências à espera do devido encaminhamento para um leito adequado, correndo riscos de contrair infecções”, constata.
Dentre as especialidades mais afetadas no período, em nível nacional, constam psiquiatria, pediatria cirúrgica, obstetrícia e cirurgia geral. Já os leitos destinados à ortopedia e traumatologia foram os únicos que sofreram acréscimo superior a mil leitos.
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