Um dia depois do caso de abuso de seu filho por parte do padrasto, o pastor Felipe Garcia Heiderich, se tornar público, a pastora Bianca Toledo falou com o EXTRA e contou como descobriu o que ocorria. Segundo ela, há dois anos uma babá havia contado que encontrava o menino sem fraldas no berço e que via o patrão entrando no quarto do enteado durante a madrugada. Felipe está preso e nega as acusações.
– Nós nos amávamos muito e quando a babá me contou essas coisas, começou a me alertar, ele passou a odiá-la e dizer que as histórias eram inventadas. Um ano depois, ela parou de cuidar do meu filho – disse Bianca.
Segundo a pastora, na ocasião, ela sequer imaginou que poderia tratar-se de um abuso. Mas com o tempo começou a desconfiar do comportamento do marido pois, seis meses após o casamento – que durou dois anos e meio – Felipe passou a se recusar a manter relações sexuais.
– Ele sempre dava desculpas de que estava com algum tipo de doença e, no mês passado, ele passou a dizer que estava com uma suspeita de tumor na hipófise – relatou a religiosa.
A mulher, então, marcou uma consulta para o marido num médico no Rio:
– Ele falou que queria ir sozinho para falar sobre coisas do passado da vida dele, que não queria que eu escutasse. Quando voltou disse que estava diagnosticado com a doença, mas não mostrou nada comprovando. Foi aí que passei a desconfiar dele. Liguei para a médica, que me disse que ele tinha mentido. Contou também que meu marido tinha dupla personalidade e é homossexual.
Foi então que Bianca lembrou dos alertas da babá e chamou o filho para um conversa.
– Tentei tratar o tema de forma bem lúdica. Perguntei onde ele dormia quando a mamãe viajava. E ele disse que era na cama junto com o papai. Perguntei também se alguma vez o papai tinha dado banho nele. E o relato foi horrível – disse a pastora.
Sem que o marido desconfiasse, ela passou a fingir que estava acreditando na doença que ele teria inventado. Bianca, então, procurou um terapeuta para que o filho contasse mais detalhes sobre os abusos:
– Na primeira consulta, ele disse que tinha muitos segredos a contar. Mas somente na segunda consulta entrou nos detalhes. Eu gravei tudo.
No dia 13 de junho, já com orientação de advogados, segundo a pastora, ela resolveu confrontar o marido.
– Ele num primeiro momento disse que não havia “curado” a sua homossexualidade. Argumentei que já sabia que ele estava abusando do meu filho e que em cinco dia tomaria as providências necessárias – contou Bianca.
No mesmo dia, a pastora saiu de casa e foi para um hotel com o filho. A religiosa acusa o marido de ter simulado um suicídio após sua mudança.
– Ele mandou uma mensagem para um amigo dizendo que tinha desistido da vida e que iria se matar. Ao chegarem ao apartamento, encontraram fotos minhas e do meu filho espalhadas pelo chão e uma carta em que ele dizia que tinha tomado duas caixa de tranquilizante.
Felipe foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento da Barra da Tijuca, bairro da Zona Oeste do Rio onde o casal morava. No mesmo dia, ainda de acordo com Bianca, foi transferido para uma clínica psiquiátrica.
– Lá ele foi diagnosticado com dupla personalidade e transtornos de personalidade. Eu queria que ele ficasse internado, mas meu advogado me disse que, se eu não denunciasse o caso à polícia, eu seria cúmplice. No mesmo dia fui à delegacia – afirmou a pastora.
EXTRA
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